Relatos dos associados

Relato de Saída Pelágica por Marcos Fischbor

No dia 11 de agosto de 2024 (dia dos pais), alguns membros do Clube de Observadores de Aves de Porto Alegre (COA-POA), e observadores de aves do Rio Grande do Sul, participaram de uma saída em alto mar , para ver aves marinhas.  A saída teve início em Tramandaí-RS, no litoral norte, à bordo do SEA GREEN.  A manhã começou um pouco fria, com temperatura em torno dos 10°Célsius, com céu limpo,tempo bom e mar calmo, com ondulações na casa dos 0.9 e 1.0 o que possibilitou à todos uma ótima experiência. Na volta o vento marcou rajadas de 28 nós. Ao todo 25 pessoas participaram da atividade, que puderam ver ao todo 13 espécies de aves.  Destaque para um registro inusitado na saída do cais, para um bando de capororocas (Coscoroba coscoroba).A organização do Evento ficou por conta de Lucas Antônio Morates (CECLIMAR) e Marcos Fischbor de Moura (COA-POA). Foram utilizados em torno de 200 kg de iscas e víceras para atrair as aves. Abaixo a lista de aves avistadas.

1-Albatroz-de-sobrancelha (Thalassarche melanophris)

2-Albatroz-de-nariz-amarelo (Thalassarche chlororhynchos)

3- Petrel-grande (Macronectes giganteus)

4- Pardela-preta ( Procellaria aequinoctialis)

5- Fragata (Fregata magnificens)

6- Mandrião-chileno (Stercorarius chilensis)

7- Mandrião-antártico (Stercorarius antarcticus)

8-Trinta-réis-de-bico-vermelho(Sterna hirundinacea)

9- Trinta-réis-de-coroa-branca ( Sterna trudeaui)

10- Trinta-réis-pequeno (Sternula superciliaris)

11- Trinta-réis-grande (Phaetusa simplex)

12- Tringa Sp

13- Capororoca (Coscoroba coscoroba)

Petrel-grande (Macronectes giganteus). Foto :Marcos Fischbor
Pardela-preta (Procellaria aequinoctialis). Foto: Marcos Fischbor
Mandrião-antártico (Stercorarius antarcticus). Foto: Marcos Fischbor
Mandrião-chileno (Stercorarius chilensis ). Foto: Marcos Fischbor
Albatroz-de-nariz-amarelo (Thalassarche chlororhynchos). Foto: Marcos Fischbor

Ave em perigo de extinção. alimenta-se de crustáceos e peixes, que são capturados mergulhando até um metro de profundidade. Mede em torno de 80 cm, pesando até 3 kg, com uma envergadura de 2 metros. Sua principal característica é o bico negro com uma faixa amarela ao longo da face.

Albatroz-de-sobrancelha (Thalassarche melanophris) Jovem

Mede 83 a 93 centímetros, envergadura máxima de 2,5 metros. Os machos pesam entre 3,35 e 4,66 quilogramas e as fêmeas entre 2,9 e 3,8 quilogramas. Ave branca com a face superior das asas e cauda negras; uropígeo branco. Olhos atravessados por uma curta faixa cinzenta; bico amarelo-alaranjado com a ponta vermelha. Imaturo mais escuro, com bico, alto da cabeça e lado superior do pescoço anegrados. Tem as narinas em forma de tubos situados na parte superior do bico, que é longo e encurvado na ponta. Esta adaptação lhes permite expulsar do corpo o sal adquirido por ingestão de água do mar. Alimenta-se de cefalópodes (lulas), krill, peixes, lampreias e medusas, tendo razoável capacidade de mergulho e podendo capturar presas a 5 m de profundidade.

Foto 1: Alan da Costa Silva – Baleia Franca

Essas baleias foram muito caçadas nos séculos XIX e XX no Hemisfério Sul, incluindo o Brasil. A caça destes animais foi banida na década de 1980. O nome baleia-franca se dá justamente pela facilidade de caçar estes animais, seu comportamento de se aproximar nas praias, costões e também de embarcações as tornava um alvo fácil para caçadores. A sua gordura foi amplamente utilizada para iluminação e construção civil na costa sul, sudeste e até no nordeste do Brasil. A população está se recuperando lentamente e no Brasil é classificada como “Ameaçada”. Todos os anos as baleias-franca migram da Antártica para a costa do Brasil para reproduzir e ter os seus filhotes, se concentrando principalmente nos estados de RS e SC. Estes grandes animais podem medir 18 metros de comprimento e pesar cerca de 96 toneladas. Sua longevidade estimada é de 70 anos.

Foto 2: Alan da Costa Silva – Boto de Lahille

A saída acabou por volta das 13:00 horas, mas alguns participantes ficaram até mais tarde e puderam ver uma baleia franca austral (Eubalaena australis). Foto 1.

E também o boto de Lahille (Turciops gephyreus) Foto 2, em torno de 17 indivíduos ajudam os pescadores locais, empurrando os cardumes de peixes em direção a suas tarrafas. Estima- se que a população de botos de Lahille esteja em torno de 600 indivíduos, tornando a espécie ameaçada de extinção. Saiba mais sobre a pesca cooperativa entre botos e pescadores acessando o “projeto botos da barra”.

Foto: Vanessa Canabarro

Participantes da saída, da esquerda para direita, de trás pra frente: (Joseliz Fritsch,Hannes Gutschwager,Jan Karel,Ingrid Heydrich,Eduarda Knobeloch,Alan da Silva,Cláudio Furini,Lucas Morates,Monique Besson,Marcos Fischbor,Vanessa Canabarro,Walter Hasenack, Caiusa Boniatti, Daniel Kemmerich, José Tarasconi, Carlos Neimar, Fernando Bodan, Janine Schallenberger, Beatriz Hasenack, Marciano Sidekum.) agachados: (Augusto Potter, Ronaldo Rios, Luís Felippe Wittmann, Júlia Jacques, Izabel Borges Sidekum.)

Tramandaí-RS , 11 de Agosto de 2024

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