Equipe responsável:
Letícia Matheus Baccarin
Ricardo Alliatti Masutti
Apresentamos, neste relato, os resultados da saída de campo para observação de aves no interior e no entorno do Parque Estadual de Itapeva (PEVA), realizada nos dias 22 e 23 de fevereiro de 2025. A atividade foi inicialmente organizada pelo Clube de Observadores de Aves de Porto Alegre (COA-POA); no entanto, devido à baixa adesão de associados, as atividades programadas foram canceladas. Apesar disso, associados que mantiveram interesse puderam desfrutar do planejamento previamente estabelecido para as observações. Nessa ocasião, Letícia Matheus Baccarin e Ricardo Alliatti Masutti realizaram observações de aves durante os dois dias e compartilham, neste documento, os registros obtidos, em formato de relato de associado.
As observações foram realizadas nos seguintes dias, horários e locais:
– Dia 22/02/2025, sábado, das 07:30 às 11h na trilha do morro de Itapeva (Lista 1);
– Dia 22/02/2025, sábado, das 16h às 16:30 em parte da estrada interna do PEVA (Lista 2);
– Dia 23/02/2025, domingo, das 07:40 às 09:20 na estrada de Itapeva, que margeia o Parque entre o seu limite sul (-29.384562, -49.768418) e a entrada principal (-29,377530, -49.760201) (Lista 3);
– Dia 23/02/2025, domingo, das 09:30 às 11:50 na trilha do morro de Itapeva (Lista 4).
Durante as listas 1 e 4, foram contabilizadas as espécies tanto na ida quanto na volta da trilha, porém o trajeto foi marcado apenas na ida (Figura 1). Já a lista 2 foi estacionária (Figura 2) e a lista 3 foi feita apenas durante o trajeto de ida até o PEVA (Figura 3).
As aves foram observadas com o auxílio de binóculos, sendo que as fotos foram feitas utilizando máquina fotográfica digital e as vocalizações foram registradas por meio de gravadores de áudio de celular. O aplicativo Merlin Bird ID foi utilizado para gravar as vocalizações e sugerir identificações ainda em campo e alguns áudios e fotos foram identificados posteriormente através da plataforma de ciência cidadã Wikiaves. A riqueza e a abundância de espécies foram registradas utilizando o aplicativo eBird, por meio do qual foram elaboradas listas contendo o número de indivíduos avistados por espécie. Os registros fotográficos, de áudios, anotações de campo e trajeto percorrido foram anexados junto às listas, disponíveis para consulta nos links:
– Lista 1: https://ebird.org/checklist/S217256819
– Lista 2: https://ebird.org/checklist/S217257150
– Lista 3: https://ebird.org/checklist/S217257792
– Lista 4: https://ebird.org/checklist/S217258088

Fonte: plataforma eBird. Disponível em: <https://ebird.org/checklist/S217256819
e https://ebird.org/checklist/S217258088>.

Fonte: plataforma eBird. Disponível em: <https://ebird.org/checklist/S217257150>.

Fonte: plataforma eBird. Disponível em: <https://ebird.org/checklist/S217257792>.
Foram registradas 45 espécies de aves (Tabela 1), distribuídas em 23 famílias, com destaque para a família Tyrannidae com seis espécies. Todas as espécies registradas são nativas e possuem ocorrência esperada para a região, sendo que duas estão ameaçadas de extinção no Rio Grande do Sul, sendo elas Celeus flavescens (pica-pau-de-cara-amarela), na categoria Em Perigo (EN) e Myrmotherula unicolor (choquinha-cinzenta), na categoria Vulnerável (VU), segundo a Lista Oficial das Espécies da Fauna Silvestre Ameaçadas de Extinção no RS (Rio Grande do Sul, 2014). O pica-pau-de-cara-amarela vocalizou espontaneamente assim que adentramos a trilha sábado de manhã, possibilitando o registro do áudio, enquanto a choquinha-cinzenta respondeu ao playback que tocamos uma única vez no interior da trilha, no local onde a registramos em outubro de 2024. No mesmo local, também tocamos uma vez o playback de Phylloscartes kronei (maria-da-restinga) uma vez sábado de manhã e uma vez domingo de manhã, pois também havíamos registrado a espécie em outubro de 2024, porém não obtivemos resposta desta vez.
Duas espécies registradas Aramides saracura (saracura-do-mato) e Euphonia chlorotica (fim-fim) ainda não haviam sido reportadas na plataforma eBird, sendo que a saracura-do-mato ouvimos sábado de manhã na estrada interna do PEVA antes de adentrarmos a trilha e registramos na estrada de Itapeva domingo, enquanto o fim-fim registramos a vocalização na estrada interna sábado.
Três das espécies registradas são consideradas parcialmente migratórias para esta época do ano no Rio Grande do Sul, sendo elas: Coccyzus melacoryphus (papa-lagarta-acanelado), Empidonomus varius (peitica) e Tyrannus melancholicus (suiriri).
Apesar de não terem sido constatadas espécies exóticas de aves, vimos um gato doméstico no início da trilha do morro de Itapeva. Um registro interessante foi o de um ouriço-cacheiro (Sphiggurus villosus) em uma árvore atrás dos banheiros desativados da estrada interna do Parque. Algumas das espécies registradas durante a visita estão representadas nas Figuras 4 a 11.

Autoria de Letícia Baccarin

Autoria de Letícia Baccarin

Autoria de Letícia Baccarin

Autoria de Ricardo Masutti

Autoria de Letícia Baccarin

Autoria de Letícia Baccarin

Autoria de Ricardo Masutti

Autoria de Letícia Baccarin
Referências:
Rio Grande do Sul (2014). Decreto nº 51.797, de 08 de setembro de 2014. Declara as espécies da fauna silvestre ameaçadas de extinção no Estado do Rio Grande do Sul. Disponível em: <https://www.al.rs.gov.br/filerepository/replegis/arquivos/dec%2051.797.pdf>.
SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE DO RIO GRANDE DO SUL. DUARTE, M. M.; BENCKE, G. A (organizadores). 2006. Plano de Manejo do Parque Estadual de Itapeva. Porto Alegre, Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. 273 p.