Na manhã do dia 10 de agosto de 2024, o núcleo de educação ambiental do Clube de Observadores de Aves de Porto Alegre (COA-POA) realizou uma oficina de observação de aves gratuita e aberta para o público geral. Essa oficina em específico, se fez muito importante, por ser a primeira oficina após um longo período de paralisia do núcleo de educação ambiental devido as enchentes que se deram ao longo de todo o estado. Sendo assim, tal oficina representa um marco de retorno das atividades de educação ambiental voltadas para o público geral por parte do COA-POA.
Sobre a oficina e seus objetivos:
Tal oficina, segmento de várias outras realizadas ao longo deste ano, e do anterior, possui como seus principais objetivos disseminar a prática da observação de aves para mais pessoas e apresentar um pouco da tão rica avifauna urbana de Porto Alegre para os participantes. Além de mostrar para as pessoas como as aves, estão presentes em grandes números mesmo em um grande centro urbano como Porto Alegre, e que são benéficas para tal ambiente de diversas formas. Tal oficina, foi ministrada pelo coordenador de educação ambiental (Augusto Pötter) e pelo diretor técnico-científico (Lucas Nenes) do COA-POA. Vale destacar, que a metodologia usada durante estas oficinas, é extremamente interativa e didática, de modo que os participantes podem perguntar e comentar durante toda a caminhada que acontece em ambiente aberto ao longo do parque.
Sobre o local da oficina:
A oficina aconteceu no parque Marechal Mascarenhas de Moraes. O parque possui 18,3 hectares de extensão, dos quais 8 são compostos por um grande banhado nativo, que possibilita a presença de muitas espécies de aves, e outras formas de vida nativa. Vale frisar, que diversas espécies de aves nidificam anualmente neste banhado, incluindo diversas espécies de garças que fazem enormes ninhais com centenas de ninhos juntos, oque resulta em uma visão incrível e extremamente rica destas aves e de seus comportamentos.
Percurso:
A oficina começou em torno das 09:20, momento em que Augusto e Lucas fizeram algumas explicações gerais para os participantes, cujos muitos eram iniciantes na observação de aves. Após uma breve conversa, ao lado do ponto de encontro no centro na sede do parque. Após tais explicações, o grupo seguiu rumo ao primeiro ponto de observação do banhado, logo abaixo de uma escadaria após a pracinha do parque. Neste ponto, o grupo permaneceu por algum tempo, fazendo a observação de diversos ninhos de espécies como: garça-branca-grande (Ardea alba) e socó-dorminhoco (Nycticorax nycticorax). Além disso, neste ponto, várias aves que passaram voando foram observadas, a exemplo do colhereiro (Platalea ajaja), da garça-moura (Ardea cocoi) e da corruíra (Troglodytes musculus). Após esse primeiro ponto, o grupo seguiu rumo a ponte do parque, onde foi possível avistar um gavião-carijó (Rupornis magnirostris) pousando
em uma árvore próxima. O grupo então, após observar o gavião e seus comportamentos, seguiu pela ponte, onde avistou a interessantíssima biguatinga (Anhinga anhinga), que passou voando, uma fêmea. Depois, o grupo seguiu em contorno ao banhado, sempre parando em pontos de abertura para observar mais dezenas de espécies de aves.
Sobre as aves avistadas:
Mesmo no começo da oficina, durante as explicações ao lado da sede do parque, várias espécies já estavam presentes e puderam ser observadas, inclusive as três espécies pombas mais comuns do parque, que estavam bem próximas uma da outra, o que possibilitou apontar bem suas diferenças. No caso: avoante (Zenaida auriculata), rolinha-roxa (Columbina talpacoti) e pomba-asa-branca (Patagioenas picazuro). Também foi notável, que devido a forte ventania presente durante a observação, muitos urubus-de-cabeça-preta (Coragyps atratus) já estavam alçando voo nas correntes de vento, tendo sido muito bem observados logo nos primeiros passos da caminhada.