INTRODUÇÃO
Muitos dos belos recantos de Porto Alegre são acessíveis à toda a sua população; é o caso dos nossos parques públicos. Mas é preciso ter um olhar especial para descobrir os seus encantos e a sua originalidade estética.
Já conhecia o Parque Mascarenhas de Morais, na época que trabalhei na SMAM. O nome do Parque é uma homenagem ao comandante da Força Expedicionária Brasileira, na Segunda Guerra Mundial, durante a Campanha da Itália, entre 1944 e 1945. Foi inaugurado em 1982 no bairro Humaitá, zona norte da capital. Importante lembrar que todo bairro foi construído em cima de um aterro, com exceção da área de banhado natural do parque, a cerca de 3m mais abaixo.
Possui uma área de lazer e recreação e uma área de preservação permanente e, dos 18,3 hectares de parque, oito são de banhado e seis de reserva ecológica.
Fui ao parque para participar de um evento, aberto ao público, do Clube de Observadores de Aves de Porto Alegre, organizado por Augusto Potter, que tem um olhar especial para as aves e seus habitats nos parques de Porto Alegre. A diversidade de aves, pelo menos 64 registradas, e o tamanho dos bandos sensibilizou a todos os participantes dessa “Passarinhada”; como é conhecido popularmente esse tipo de atividade.
Apresento aqui os meus registros visuais dessa enriquecedora experiência, a qual recomendo a todos: Porto-Alegrenses ou não.
A PASSARINHADA
Os moradores do Parque parecem não ter medo de nós, mesmo quando estamos próximos, como é o caso deste Socó, também conhecido popularmente como Savacu. Seu nome científico é Nycticorax nycticorax.
Ficam muito tempo parados ou se movimentando pouco, pois pescam à espreita.
Essa é a forma juvenil do Savacu. Quando adulto adquire outra feição… nem parece que é a mesmo animal (abaixo).
Sempre à espreita!
São muito tranquilos.
Presente no local encontramos o Gavião-Caramujeiro (Rostrhamus sociabilis) em pleno almoço. Nem é preciso explicar o cardápio.
O que mais chama atenção no parque é que durante a primavera e verão ele fica cheio de ninhos de garças, principalmente a Garça Branca Grande (Ardea alba).
Que admirável, tantas aves vivendo em harmonia conosco e tão próximo a nós.
Alguns vizinhos de ninhal.
O destaque nessa época de reprodução é o surgimento nos machos da Garça Branca de longas penas nupciais, com a finalidade de atrair a atenção das suas fêmeas.
Em P&B, o branco da Garça se destaca…
Um macho no ninho.
A diversidade de aves continua…
Também avistamos o Cardeal do Banhado (Amblyramphus holosericeus), que se alimenta de larvas e insetos.
À medida que o pôr do sol vai chegando, um fato impressionante acontece no Parque Mascarenhas. Começam a voltar para as suas residências, nos galhos das árvores, centenas de Caraúnas ou Maçaricos-pretos (Plegadis chihi) para o seu descanso noturno.
Na sua torre de vigia, uma Garça observa o retorno de seus vizinhos.
Chegam em bandos de dezenas e centenas, as vezes em formação de “V”.
Caraúna ou Maçarico preto (Plegadis chihi)
Este evento, serviu para eu conhecer o importante trabalho que o jovem Augusto vem desenvolvendo ao motivar crianças e adultos sobre a importância do conhecimento sobre as aves e de cuidarmos das áreas naturais de Porto Alegre, moradia da avifauna.
Para que elas sempre possam encantar nossos olhos e alegrar nossos ouvidos e corações.
FIM